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Salão da Cerimônia

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Mensagem por The Founder Seg Jan 16, 2017 7:40 pm



— SALÃO DA CERIMÔNIA
Situado no fim do corredor principal, o Salão da Cerimônia era feito inteiramente de pedras brancas e lisas, sem nenhum quadro, tapete ou janela, somente as portas duplas de madeira situadas exatamente no centro do local, por onde é feita a entrada e saída de todos.  No lado oposto ao da entrada, há uma escada de três degraus que leva ao altar onde ocorre a cerimônia, onde a fogueira está sempre acesa.
A entrada só é permitida nos dias de cerimônia.
Os detalhes da cerimônia podem ser encontrados aqui.

OS CAÇADORES QUE POSTAREM A SUA INICIAÇÃO GANHARÃO ATÉ 200 DE EXPERIÊNCIA.
 


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Mensagem por Abby Olive Black Ter Jan 17, 2017 1:38 am

More, give me more, give me more...
This will never end

Os dedos ralos de Abigail traçaram a parede da casa fúnebre da família Black. As paredes de pedra escura estavam molhadas da chuva recente e a água que sobrava escorria por elas, assemelhando-se a lágrimas. Como Caçadora, Abigail tinha deixado a frieza dominar-lhe desde que fora trazida até América, mas naquele momento foi impossível segurar as lágrimas que estavam ameaçando escorrer por sua face.
Em uma família tradicional como a sua, ela tinha sonhado por muito tempo com o dia em que oficializaria a sua jornada como Caçadora, porém sempre que pensava nisso, seus pais estariam ao seu lado e ela teria a benção deles no Salão da Cerimônia e não na casa fúnebre.
Eu farei ele pagar. — ela sussurrou para as pedras.
Abigail alisou o vestido e voltou a encarar o espelho de seu dormitório.
Ela parecia uma noiva e isso estava a irritando. O vestido em si parecia muito simples, era longo, branco — como a cerimônia exigia — e sem os ombros, solto a partir da cintura. Era o mesmo vestido que Katherine, sua mãe, havia usado na cerimônia, além de ser uma das poucas coisas que Abigail herdara de sua família.
Em cima de sua cama, estava o machado de prata escuro e uma boneca de pano surrada e sem um olho, a exata representação de quem ela tinha sido e quem ela seria. A boneca tinha o seu vestido manchado de sangue da noite em que seus pais tinham morrido, a boneca em que ela se agarrara quando a face do monstro surgiu em sua frente.
Abigail puxou uma respiração e tomou cada um dos objetos em sua mão antes de fazer o seu caminho para fora do dormitório. O assoalho gelado contra os seus pés nus a fizeram sentir falta de suas meias peludas e com o desenho de uma vaca que ela tinha ganhado de Cassie em seu primeiro aniversário juntas, mas a futura Caçadora manteve sua expressão firme enquanto fazia o seu caminho até o Salão.
As portas duplas estavam abertas, dando o vislumbre da fogueira e o Ancião James, assim como as fileiras de outros Caçadores que estavam ali para participar da sua iniciação.
Com um pé na frente do outro, Abigail fez o seu caminho pelo centro do ambiente, tentando ignorar todos ao seu redor e se concentrando no que deveria: daquele em dia em diante ela seria uma Caçadora.
Conforme a garota se aproximava, o Ancião se mostrava mais indiferente a sua presença. Ela finalmente se ajoelhou em frente as chamas e abaixou a cabeça.
Aos nossos antepassados que aceitaram essa jornada eterna, a Causa está mais forte do que nunca antes. Aos familiares que perdemos no exercício da função, sua vida não será perdida e nos encontraremos novamente no Merecido e, ao nosso Fundador, cuja missão que ele nos deu é a nossa prioridade.
James encerrou a saudação e a olhou atentamente, entregando uma adaga de prata para Abigail. Ela a pegou rapidamente, mas não o suficiente para que o Ancião as viesse tremendo.
Uma respiração depois da outra e a garota fez o corte na palma de sua mão, despejando algumas gotas de sangue no fogo, ouvindo o seu crepitar antes de atirar a boneca.
As orbes azuis observaram o seu brinquedo ser consumido pelo fogo, enquanto pronunciava o juramento que ouvia desde o berço.
Com a essência da minha vida, eu me comprometo com a Causa até o fim dos meus dias. Durante as noites mais frias e os tempos mais sombrios, a Causa me guiará até o Merecido.
Sua voz saiu dura e confiante, exatamente como ela esperava que acontecesse. Daquele momento em diante, as suas inseguranças quanto a Caçadora que ela seria ficaria para trás e nada ficaria no caminho de sua vingança.
A Causa te aceita, Abigail Black. Você lutará durante as noites e descansará pela manhã, a sua tarefa será eterna e o Merecido espetacular.

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Mensagem por Cassie Hudsson Qua Jan 18, 2017 11:23 am

Os longos cabelos dourados caíam como cachoeiras de ouro, acompanhados pelo vestido longo e branco. Cassandra detestava que tivesse de utilizar algo tão feminino e singular, que mostrasse as curvas de seu corpo que ela tanto escondia. Os olhos esverdeados fixavam-se naquela mulher, que parecia tão adulta, embora tivesse recém completado seus dezoito anos.

Desviou do espelho, encaixando em suas mãos as duas adagas e o elefante rosa. Era uma pelúcia pequena, já desgastada pelo tempo. Sua mãe havia lhe dado quando ainda viva, um dia antes de sua morte. Isso não a incomodava, afinal, caçadoras morriam a todo momento, porém era bom ter algo que lembrasse aquele sorriso quente.
***

Os pés eram sempre gelados. Quando pequena, tinha de usar duas meias para esquenta-los, e mesmo assim, ainda se podia sentir o frio impregnar aos dedos miúdos. Caminhou lentamente por todo o salão de cerimônia, sentindo os olhares pesarem por cima dos ombros.

Ajoelhou-se perante a chama, baixando a cabeça para o chão. Sentiu o tecido encostar-se em sua coxa, fazendo cócegas. Segurou para não rir, duvidava muito que o ancião fosse perdoar uma atitude tão imatura quanto aquela. A voz grave ecoou pelo local, em uma saudação plena e quase decorada. Quando pequenas, Cassie e Abby costumavam fingir estar na cerimônia, revezando os papéis de ancião e caçador. Agora, estava realmente tornando-se uma.

Uma adaga fora entregue em suas mãos, e um corte delicado formou-se na palma. Cassandra despojou sobre a chama, atirando o elefante logo em seguida. Tons avermelhados dançavam pelo ar, engolindo a última lembrança que possuía do amor. Nunca amaria novamente, soube naquele momento.

O olhar tornou-se frio, e a voz saiu determinadamente, como se tivesse ensaiado por horas antes de um discurso —  Com a essência da minha vida, eu me comprometo com a Causa até o fim dos meus dias. Durante as noites mais frias e os tempos mais sombrios, a Causa me guiará até o Merecido.

Um turbilhão de emoções a invadiu naquele momento. Sabia o que significava, e não estava contente com seu caminho. Ser um caçador não era proeza para os sortudos, era o azar para aqueles que nasceram em berço amaldiçoado.

Com isso, o ancião finalizou dizendo — A Causa te aceita, Cassandra Hudsson. Você lutará durante as noites e descansará pela manhã, a sua tarefa será eterna e o Merecido espetacular.


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Mensagem por The Founder Qua Jan 18, 2017 4:12 pm



— ATUALIZADO,

Abby
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Cassie
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Mensagem por Abby Olive Black Qua Jan 18, 2017 5:35 pm

More, give me more, give me more...
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5 ANOS ANTES.

As risadas juvenis poderiam ser ouvidas do corredor, apesar de virem da parte interna do quarto a jovem Cassandra. As duas meninas, no auge dos seus doze anos, escondiam-se do primo e irmão mais velho de Abigail que implicavam que elas, como garotas, não poderiam brincar com eles.
Não tem problema, — Cassandra tinha dito em seu tom arrogante, as mãos firmemente atadas a cintura — nós vamos nos divertir bem mais que vocês.
E de fato elas tinham.
Em apenas um par de horas, elas tinham construído todo um refúgio no armário, com doces roubados da cozinha e alguns objetos aleatórios que encontraram pela Casa. Elas tinham construído o refúgio perfeito que pertencia somente a elas.
Cassie... — Abigail a chamou, sua voz sonolenta e os olhos lutando para se manter abertos. Era um pouco depois da meia noite, o que significava que elas estavam escondidas ali por seis horas e meia, com pequenas pausas para ir ao banheiro — Quando a gente crescer, nós vamos ser consor?
Os olhos de Cassandra se abriram, assim como a amiga, ela já estava quase pegando no sono. Ela sentou-se sobre os joelhos, os olhos verdes brilhando como sempre ficavam quando a futura Caçadora tinha uma ideia.
E quem disse que não podemos ser agora? — indagou a loira.
A cabeça de Abigail se desprendeu do travesseiro, sorrindo. De um ponto a sua direita, ela tirou duas pequenas fitas, uma verde e uma azul, que ela tirara da caixa de jóias em seu dormitório. Seu tio Callum tinha lhe dito para usar para prender os cabelos, mas ela tinha uma nova ideia.
Precisamos de um juramento. — concluiu, ao entregar a fita azul para Cassandra.
As duas pensaram por um momento e discutiram possíveis juramentos até chegarem a conclusão de um que se encaixaria perfeitamente.
Eu juro dividir os meus brinquedos com você e ser sua amiga para sempre. Juro dividir os doces e bater em todos os meninos maus que nos incomodarem. E eu prometo que nada vai nos separar. Nunca.
Os olhos azuis de Abigail pousaram sobre a fita azul puída pelo tempo, mas que ainda representava a segunda maior — e a melhor — promessa que a garota já tinha feito em sua vida. Assim como ela jurou vingar a morte de seus pais, ela jurou ser amiga de Cassandra por todos os dias de sua vida.
E Abigail cumpriria as duas promessas.
Ela se postou de joelhos, lançando um sorriso de lado para a melhor amiga. Um dia depois da sua cerimônia de iniciação, do juramento para toda a vida que ela tinha feito — que não tinha sido a sua escolha —, ela escolheu ligar a sua vida de um jeito que não havia volta, mas que ela não se importava, pois Cassandra já conhecia sua mente melhor que ninguém.
Ouvia de relance os encantamentos do bruxo, apesar de não fazer ideia do que queria dizer. Em um momento, o homem gesticulou para que elas ficassem de frente uma para outra e trocassem suas armas. Abigail mantinha o olhar fixo em seu machado, tão protetora como era com a arma que herdara de seu pai, mal deixada seu próprio irmão olhar para ele, mas Cassie era sua melhor amiga e, em breve, elas teriam uma conexão indescritível, por isso, a Caçadora entregou o machado para a garota, tomando as próprias armas de Cassandra em suas mãos.
O corte na palma de sua mão não tinha começado nem a cicatrizar, visto que havia sido feito no dia anterior, mas as adagas da garota Hudsson refizeram o corte. Juntas, elas despejaram o sangue no fogo, recitando o juramento oficial, mas, para elas, o juramento feito há cinco anos significava bem mais.
Sua arma é minha arma, sua família é minha família. Por ti lutarei e por ti morrerei. Sua luta é minha luta e sua morte será o meu fim.

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Mensagem por Cassie Hudsson Qua Jan 18, 2017 6:14 pm

Todas as manhãs de domingo, seu tio cozinhava lasanha. Ela detestava lasanha, embora empurrasse a comida para satisfazer aquele senhor que a cuidava com tanto carinho. Assim como em todas as manhãs de domingo, ele convidava os Black’s para almoçar.

No auge de seus seis anos, ela balançava os pézinhos em ansiedade, agoniada por não ser alta o suficiente para que eles alcançassem o chão. Na cadeira ao lado, uma menina fixava os olhos no prato de comida, parecia um pouco mais nova, com suas meias de ovelhinhas.

Imaginou que aquela era a tão famosa Abby. Cutucou Elliot, mas ele não parecia tão entusiasmado com o fato da estranha ao lado de Cassie. Continuou a encara-la, como se fosse feita de ouro puro. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, e as órbitas azuis alcançavam-na com determinação, havia neles muito mais sabedoria do que o necessário para uma criança daquela idade.

Que é que tá olhando? — disse a garota — Perdeu alguma coisa?

Você é filha da tia Kath? — respondeu Cassandra, virando o corpo para a desconhecida — Nunca te vi por aqui. A gente sempre come lasanha, mas meu tio nem sabe cozinhar.

Abby não parecia muito confortável, hesitando em comunicar-se com a outra garota, mas logo, um sorriso formou-se em seus lábios, e ela inclinou a cabeça para frente, sussurrando — Mamãe também não gosta, mas ela não quer magoar seu tio.

Hum… — colocou a mão no queixo, em forma pensativa. Havia visto em um filme que era assim que as pessoas ganhavam idéias, e bem, parecia ter funcionado — Vamos, muchacha. Temos um almoço para estragar.

***

Cassie sorriu ao recordar-se da infância. Uma fita verde prendia-se sobre o pulso, tão desgastada quanto o tempo, trazendo à tona a noite em que fizeram o juramento. Em todos os momentos de sua vida, não tivera um único em que Abigail Black não fora sua cúmplice.

Abby era sua consor muito antes daquela cerimônia. Dividiram experiências e emoções desde o primeiro almoço, quando foram colocadas de castigo por dois dias consecutivos por colocar larvas dentro da lasanha. Ajoelhou-se, segurando os dedos da melhor amiga com firmeza, certificando-se de que tudo era real, e que ela jamais escaparia de suas mãos.

Um sorrisinho bobo fora trocado entre elas, quando o bruxo iniciara o feitiço. Eram palavras engraçadas, entretanto, não se podia rir em meio a um ritual, portanto manteve-se séria, entregando suas adagas para Abigail. Tomou para si o machado, reabrindo a cicatriz de sua iniciação, que acontecera um ano antes que a da melhor amiga.

Quando o sangue tocou o fogo, ela sentiu uma onda vibrante invadir seu peito. A presença da amiga era tão grande, que poderia confundi-la com si próprio. Tomada pelas memórias de infância, e pela vida que teria pela frente, Cassie jurou fielmente — Sua arma é minha arma, sua família é minha família. Por ti lutarei e por ti morrerei. Sua luta é minha luta e sua morte será o meu fim.


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Mensagem por Zöe E. Nordberg Qua Jan 18, 2017 6:41 pm

burn in my bloodstream.
Lord, forgive for the things I've done
Zöe se olhava no espelho sentindo suas pernas tremerem com tamanho nervosismo. Aquele era o dia mais importante da sua vida, o mais importante que mais amava fazer: caçar. A roupa branca lhe cobria o corpo, vestia uma camisa de pano leve e uma calça jeans colada que delineava suas curvas, também na cor branco. Respirou fundo e soltou o ar de forma lenta, olhando a figura atrás de si. Seu pai a olhava com orgulho, seus olhos chegavam a brilhar por conta das lágrimas que insistiam em cair, mas que ele insistia em segurar.

A jovem que acabara de completar dezoito anos se virou e o abraçou de firmemente, apertando-o contra si. Uma lágrima caiu do seu olho direito e ela fungou divertidamente. — Finalmente, hm? —  Ela falou num fio de voz, vendo um maneio silencioso do pai, se afastando para pegar o panda de pelúcia que havia ganhado de seu pai aos oito anos e meio. Dez anos, a pelúcia estava desgastada, assim como o seu pai com o passar dos anos. Você é o meu maior orgulho. E você sabe, é o da sua mãe, também. Ele falou rouco, passando a mão na nuca sem jeito e Zöe concordou num maneio com a cabeça, pegando a pistola ambidestra em mãos, firmemente.

h o u r s later…

Zöe entrou no grande Salão em passos firmes mantendo sua postura ereta, e numa tentativa de esvair o nervosismo brincava com as pistolas em mão esquerda girando-as nos dedos que envolviam o gatilho, enquanto a outra ocupava-se, também, com o bichinho de pelúcia. Sentiu alguns olhares sobre si e por um momento intimidou-se com tantas presenças importantes, mas seu nervosismo pareceu se esvair assim que terminou de atravessar o Salão e ajoelhou-se em frente a chama.

Respirou fundo ao ouvir a saudação inicial do Ancião, sua voz grossa e firme entrando profundamente nos ouvidos da jovem, sua concentração extremamente presa ao presente. Lembrou de sempre assistir a tais cerimônias escondidas com Hell, seu fiel escudeiro e melhor amigo, seu futuro Consor, que a apoiava em seus melhores e piores momentos da vida. Agora, depois de tantos anos, finalmente tornava-se uma Caçadora.

A adaga foi entregue a ela, que pegou delicadamente e fechou a palma da sua mão livre na ponta da arma; com lentidão, puxou-a com pressão em sua palma e um corte fino surgiu, o filete de sangue surgindo segundos depois ao corte. Seu panda de pelúcia fora jogado nas chamas e, naquele momento, viu sua única paixão virando cinzas. Seu corpo esfriou e Zöe percebeu: a partir daquele dia que seria fria como o inverno.

— Com a essência da minha vida, eu me comprometo com a Causa até o fim dos meus dias. Durante as noites mais frias e os tempos mais sombrios, a Causa me guiará até o Merecido. — Sua voz saiu firme e determinada, o olhar tornou-se frio e a pupila dilatou. A palma de sua mão se fechou quando o filete de sangue caiu sobre as chamas. E, respirando fundo mais uma vez, engolindo seco ouviu o Ancião concluir a cerimônia olhando para os ali presentes, gesticulando durante sua fala e deixando o olhar cair sobre ela com orgulho. A Causa te aceita, Zöe Nordberg. Você lutará durante as noites e descansará pela manhã, a sua tarefa será eterna e o Merecido espetacular.
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Mensagem por Hell Dähl Black Sex Jan 20, 2017 5:13 am



Can't be denied
▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄▄
The monsters frightened me until I became one.



Quase não conseguia acreditar que o dia havia finalmente chegado, tinha dezoito anos completos agora, e acreditava menos ainda na sua capacidade de se manter calmo em tal momento...Claro, os créditos dessa calma não se devia totalmente a si, mas sim a Zöe, que fora a única pessoa capaz de lhe acalmar e lhe dar confiança suficiente para encarar o que lhe esperava. Um dos motivos pelos quais seria eternamente grato à amiga.

A imagem refletida no espelho não era nada condizente com a pessoa que ele era, mas sim a pessoa que estava decidido a se tornar. Um homem, um Caçador, o melhor entre todos. Seus dedos brincaram por alguns segundos com as rodinhas do trem de madeira que tinha em mãos, seu brinquedo de infância mais antigo, na verdade o único. Tal artefato lhe remetia a lembranças de quando seus pais ainda eram vivos. Inesperadamente conseguia visualizar com perfeição os calos nas mãos de seu pai, que fora quem entalhara o brinquedo, mesmo que tivesse dificuldades para recordar com perfeição os contornos de seu rosto ou mesmo tom de voz de sua mãe. Por isso Nathaniel mantinha o objeto em tão perfeito estado, era uma lembrança física que o acompanhava para todo lugar que ia, sempre o fazendo recordar, nunca o deixando perdoar.

Por fim apanhou seu arco e aljava com a mão livre, seus mais novos e fieis brinquedos por assim dizer, a partir de então seriam eles que o acompanhariam até o fim de seus dias.

(~/~)

O Black sentia seus pés descalços resvalarem sobre o solo frio, mas não se importava com aquilo. Suas íris castanhas estavam fixas na chama, de modo que os outros membros ali presentes passassem despercebidos para ele, exceto por um. Callum, assim como o resto, estava com a postura ereta, a expressões indecifráveis como uma estátua, porém seus olhos brilhavam em orgulho enquanto seguiam o sobrinho e fora isso que dera a Nathaniel o restante de coragem para se ajoelhar em frente a chama, sentindo o calor emanar até a altura de seu dorso e rosto.

De queixo erguido, escutou o saudação do Ancião, prestando atenção em suas palavras o máximo que a hiperatividade lhe permitia, por mais que já soubesse tudo decorado, decorrência do tanto de vezes que havia assistido tal cerimônia escondido com Zöe.

Assim que a adaga lhe fora passada, o rapaz desferira uma linha com esta em sua palma, cortando-lhe a derme até que o primeiro filete de sangue aparecesse. Sentiu a ardência do corte se intensificar assim que fechou o punho, apertando este para que mais alguns pingos caíssem ao fogo. Ao chegar a hora de atirar o trenzinho o rapaz se deteve, observando este com um certo tipo de receio, afinal era muito apegado a ele, porém sabia que se desfazer era necessário para que uma nova etapa da sua vida começasse. Então com um suspiro inaudível o atirou, observando as chamas engolirem de bom grado a madeira bem polida. 

— Com a essência da minha vida, eu me comprometo com a Causa até o fim dos meus dias. Durante as noites mais frias e os tempos mais sombrios, a Causa me guiará até o Merecido. — Se pronunciou em voz alta e denotando confiança, os olhos fixos nos Ancião a sua frente, que o examinava com minuciosidade. Isso durou poucos segundos, mas foi o suficiente para fazer com que inquietude tomasse conta do herdeiro Black, então um dos cantos da boca do mais velho se curvou num sorriso discreto e este enfim falou.— A Causa te aceita, Nathaniel Black. Você lutará durante as noites e descansará pela manhã, a sua tarefa será eterna e o Merecido espetacular. 


now I'm the one who scares them.
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Mensagem por The Founder Sex Jan 20, 2017 12:34 pm



— ATUALIZADO,  

Abigail e Cassandra:
Cerimônia consor aceita.

Zöe:
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Nathaniel:
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Mensagem por Zöe E. Nordberg Ter Jan 24, 2017 7:43 pm

the way you make me feel.
take me to my own way
"November 15th, 2005. A família Earnshaw Nordberg visitava os Black em um encontro de acordos, selando alianças e parcerias. Procuravam se ajudar devido aos acontecimentos que ocorriam, como ataques insistentes e frequentes de demônios à casas mais desprotegidas, matando pessoas inocentes com vida pacatas, todas tinham a mesma característica. Zöe ao entrar no grande salão da casa dos Black observou toda a sua arquitetura amadeirada com o queixo caindo, sua mão se soltou da do seu pai e ela se despeçou naquele imóvel maior do que poderia imaginar, de repente, trombou com um cachorro assustador e por ser tão pequena, seu corpo tremeu por medo e seu único impulso foi correr para fora da casa, indo parar no píer que dava à um lago, deixando seu panda de pelúcia cair no meio do caminho.

Vendo-o se aproximar mais, seu pé escorreu na beirada da madeira enquanto se segurava no corrimão velho, quase quebrado. — Xô! Sai daqui! — Falou diversas vezes, tentando dispersar o cão malvado. Mas, para a sua surpresa, um garoto loiro apareceu ali, batendo os pés firmemente na madeira, fazendo o cachorro correr. — Sai daqui, seu chato! — Disse com intimidade para com o cãozinho. Rindo da situação em que a garotinha estava, erguendo a mão para ajudá-la vir para frente em segurança. — Acho que isso é seu! — Disse a entregando o panda, notando-a segura, começando a caminhar para fora do píer. — Uh, obrigada Nathaniel. Ele parecia o demônio, mas você me parece o inferno para expulsá-lo daquela forma. — Falou risonha, ainda respirando ofegante de desespero. 

Ei, Hell, porque vinhemos aqui hoje? — Ela perguntou curiosa, apelidando-o sem querer, e quando percebeu a expressão confusa do garoto, mas um riso descontraído vir logo depois, se abraçou ao panda com vergonha ao pisar na grama fria. — Bom, eu não sei também, não somos adultos para saber desses assuntos, ainda. Mas sei que podemos tomar um sorvete, o que acha? — Ele sugeriu e ela maneou freneticamente com a cabeça aceitando a proposta. Ao lado daquele garotinho, sentia-se segura, sabia que talvez poderia confiar nele como jamais confiou em ninguém. E podia sentir isso ao olhar em seus olhos castanhos escuros."
xxx


"June 12th, 2010. Era a primeira vez que Zöe saía de casa depois de tanto tempo para caçar, seus treinamentos estavam frequentes e exigentes e seu pai não a dava trégua de forma alguma. Mesmo que se sentisse desconfortável se Nathaniel, seu pai a exigia que treinasse sozinha caso algo ruim acontecesse. Eram 3 horas de treinos físicos e outros 2 de pontaria com as pistolas de airsoft que havia ganhado de primeira estância. Fora o segundo melhor presente depois do meu panda de pelúcia ganho dos seus pais.

Zöe não reclamava por treinar tanto, era pra si uma distração prazerosa que tirava seu foco da morte de sua mãe — qual ainda não havia superado e, aparentemente, não superaria tão cedo. "Vamos, demônio filho da p*t#... apareça!" Pensou consigo mesma, mas pensou um pouco alto demais quando xingou e recebeu um olhar repreensivo do seu pai que encontrava-se a observando de longe. Quando observou dois vultos vindo da sua direita, correu em direção à eles e mirou fixamente pela visão esverdada frontal, atirando em certinho em seu pescoço entre os galhos de árvore. Seu peito apertou em desespero e imediatamente a imagem do seu melhor amigo veio em sua mente. O campo morto que tinham atrás de sua casa e que, mesmo sendo privado, todos usavam para treinamento com permissão do pai da jovem.

Foi pega de surpresa, segundos depois do tiro, trombando lateralmente em uma figura loira conhecida por si. Pelo efeito do choque, os dois caíram em lados opostos, ficando poucos metros longes de si. Ambos rolaram longe um do outro e podia-se ouvir praguejarem de dor pela surpresa e pelo susto. — Puta merda, meu ombro! — Zöe falou alto e socou o chão ao seu lado com raiva com o lado que estava normal.

Levantou-se de pressa e correu até o - até então - desconhecido garoto. Poucos centímetros a sua frente pode reconhecer Nathaniel, levantando-se com dificuldade e uma expressão facial que demonstrava o quão ele estava dolorido. — Ah, é você, "macaquinho"! Tu não sabe olhar por onde and... corre, Hell? — Falou em um tom de voz raivoso e debochado, proferindo o apelido que havia lhe dado com carinho ao final, erguendo a mão para ajudá-lo a se levantar. — Estava treinando desde cedo, hã? Dá pra ver o quanto está cansado e... um pouco sujo. — Comentou enchendo o saco do garoto, limpando seu rosto com a barra da blusa jeans que vestia por cima da roupa de caçador. O notou olhá-la com raiva e irritação, sua sobrancelha arqueada como quando estava irritadiço pelas suas brincadeiras com o garoto."
xxx


As lembranças que tinha com Hell eram ótimas, desde as primeiras àss últimas, sempre que estava ao lado dele seu corpo relaxava, sua alma acalmava, e ela poderia respirar sem se preocupar com o mundo. Naquele momento não era diferente, o dia seguinte do que haviam se tornado oficialmente Caçadores e talvez, o segundo mais importante para eles; ambos encontravam-se lado a lado, com suas roupas azuis em um perfeito contraste com suas peles.

Eles se ajoelharam de mãos dadas de frente um para o outro em frente ao fogo, as íris em um brilho de tirar o fôlego se encontrando, decifrando cada pensamento que tinham. As pistolas de Zöe encontravam-se cada uma ao lado de suas pernas e a de Nathaniel, igualmente. O machucado na palma da sua mão que tinha sido aberto no dia anterior ainda sem cicatrizar, fora aberto novamente ao mesmo tempo em que Nathaniel abrira o dele. Os Caçadores se encontravam concentrados no que faziam, mas voltaram a se olhar novamente. Dessa vez, um olhar cheio de intensidade e emoção.

Naquele momento, todas as memórias que tinha com Nathaiel passaram em sua mente, cada detalhe, cada cor do cenário, as expressões dos dois com cada acontecimento. Seus momentos juntos em luta, a fidelidade e lealdade que mantinham quando juntos e mesmo que longe um do outro, seu comprometimento um ao outro era o mesmo.

Sua arma é minha arma, sua família é minha família. Por ti lutarei e por ti morrerei. Sua luta é minha luta e sua morte será o meu fim. — Disse firme, engolindo em seco ao final do juramento. Seu olhar em momento algum desprendeu do de Nathaniel, e no momento em que terminou de falar, voltou à realidade, a qual sempre pertenceu ao lado do seu Consor.
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